A Xícara e o Vazio

Por Eudocia Salvatierre

Após a pandemia, um tempo de dor,
Resignifiquei a vida, busquei o amor.
No balcão da casa, uma cena me parou,
Uma xícara de café, e a memória voltou.

Os risos dos filhos, os amigos tão perto,
Hoje o cenário é outro, tudo ficou deserto.
Senti-me sozinha, como a xícara a brilhar,
Em um mosaico estranho, sem saber onde estar.

Camuflei os sentimentos, escondi a solidão,
Pois não era só falta, mas um novo aprendizado então.
Os espaços vazios podem ser bem preenchidos,
Com a sabedoria de momentos vividos.

Entendi que no vazio a vida se revela,
Que o tempo sozinho é uma nova tela.
Cuidar do corpo e da alma, um ato de amor,
Nas pequenas coisas, encontramos o valor.

A solitude é fase, um tempo de crescer,
A cada ciclo, uma beleza a oferecer.
Repaginar a vida, um novo olhar,
Trazendo a cada dia uma nova versão a brilhar.

Assim aprendi que a vida é um cordel,
Com rimas e versos que dançam no céu.
E a xícara de café, agora não está só,
Em cada gole, a esperança se renova em nós.

Com alma e coração,
Fiz da dor um poema, uma nova canção.
Viver é arte, e a vida é um compasso,
A cada nota tocada, encontramos o laço.

João Guató

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