O Brasil de Lula em 2024: Conquistas e Desafios em um Segundo Mandato de Renovação Econômica
O balanço do segundo ano do governo Lula, em 2024, revela um país em franca recuperação econômica, mas ainda lidando com os resquícios da crise deixada pela gestão anterior. A combinação de crescimento econômico, redução da pobreza e reforma estrutural ressurge como um sinal de esperança, mas também de desafios permanentes. Vamos entender os números e o impacto real dessa trajetória.
Economia em Ascensão: O PIB e a Massa de Rendimento
O Brasil viu seu PIB crescer 3,2% em 2024, superando as expectativas, enquanto as projeções para 2025 indicam um crescimento de 3,5%. Este resultado não apenas reflete a recuperação da economia após um período de estagnação, mas também revela os frutos de políticas públicas de estímulo à indústria e ao consumo interno. A massa de rendimento real alcançou R$ 332,7 bilhões, atingindo um recorde histórico, com o rendimento médio de trabalho passando a R$ 3.285. Este aumento no poder de compra é vital para a recuperação social e econômica do país.
A taxa de desemprego, que bateu 6,1% em 2024, representa a menor taxa da história do Brasil. Isso é fruto de um crescimento industrial vigoroso, com destaque para o aumento de 75% na contratação de jovens no setor, uma geração que, até pouco tempo, via poucas perspectivas no mercado de trabalho. A indústria, com um crescimento de 3,6% em 2024, experimenta a sua maior expansão em dez anos. O país está, enfim, recuperando seu fôlego industrial, com um aumento no investimento em inovação e tecnologia, especialmente em segmentos como a indústria de transformação e os de alta tecnologia.
Indústria e Infraestrutura: Os Pilares do Crescimento
O setor industrial foi o motor do crescimento em 2024. Máquinas e equipamentos impulsionaram a produção, com uma alta de 8,3%, enquanto o setor automotivo, por meio do programa Mover, registrou um crescimento de 15% nas vendas. No campo da infraestrutura, o governo também fez os devidos investimentos, com um aumento de 38% nos recursos destinados a esse setor: saltaram de R$ 188 bilhões em 2022 para R$ 260 bilhões em 2024.
A Nova Indústria Brasil (NIB) se consolidou como um dos maiores marcos do governo, com a disponibilização de R$ 507 bilhões em crédito para investimentos industriais. Ao lado do BNDES e de outras instituições financeiras públicas, o governo estimulou uma revolução na indústria nacional, priorizando setores inovadores, digitais, verdes e exportadores. A indústria de bens duráveis e as vendas no varejo também foram destaque, refletindo o aquecimento do consumo, com crescimento de 12,2% no comércio, principalmente em eletrônicos e brinquedos.
Avanços Sociais: A Redução da Pobreza e da Miséria
O lado social da recuperação econômica também é notável. A pobreza caiu para um patamar histórico de 27,4%, e a miséria, que assolava milhões de brasileiros, recuou para 4,4%. Esses números são fruto de políticas públicas de distribuição de renda e inclusão social, mas também de uma recuperação econômica que permitiu um aumento generalizado da renda.
A aprovação da Reforma Tributária, que vinha sendo adiada há mais de 40 anos, surge como outro marco da gestão Lula. Com estimativas de crescimento do PIB entre 12% e 20% nos próximos 15 anos, a reforma promete contribuir para um ambiente mais favorável ao investimento e ao crescimento econômico, criando um sistema tributário mais moderno e eficiente.
Controle da Inflação: Desafio e Realidade
Um dos maiores desafios da economia brasileira sempre foi a inflação, mas em 2024, o Brasil surpreendeu com um controle mais eficaz dos preços. O Índice de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15) foi de apenas 0,34% em dezembro, abaixo das expectativas do mercado (0,45%) e do resultado de novembro (0,62%). Com um acumulado de 4,71% em 2024, a inflação ficou abaixo da previsão de 4,82%, o que demonstra um controle eficiente sobre os preços. Esse resultado traz alívio para os consumidores e para a economia em geral, que ainda se recupera das crises passadas.
Reformas e Programas Estruturais: Um Plano de Crescimento de Longo Prazo
Além dos números que demonstram a recuperação econômica imediata, o governo Lula tem investido fortemente em reformas e programas estruturais que visam garantir o crescimento de longo prazo do país. O governo aprovou uma série de iniciativas que visam transformar a economia brasileira, como o Mercado de Carbono, a Lei do Hidrogênio de Baixo Carbono, a Lei do Combustível do Futuro e a Nova Lei de Informática, entre outras.
Esses programas são pilares de uma agenda de desenvolvimento sustentável, inovação tecnológica e transição energética. O Programa Brasil Semicondutores, o Programa de Mobilidade Verde e Inovação (MOVER) e o Programa Brasileiro de Inteligência Artificial (PBIA) são exemplos de políticas públicas que visam posicionar o Brasil na vanguarda da inovação e da sustentabilidade. O Plano Mais Produção, que oferece R$ 507 bilhões em crédito para a indústria, e as Debêntures de Infraestrutura, também são instrumentos fundamentais para o crescimento de longo prazo da economia brasileira.
Além disso, o Marco de Garantias e o Regime Especial da Indústria Química (REIq) são iniciativas para fortalecer a base industrial do país, enquanto o Brasil Mais Produtivo busca estimular ganhos de eficiência e produtividade no setor produtivo.
Desafios e a Busca por Sustentabilidade
Apesar dos avanços, o governo Lula ainda enfrenta desafios. O Brasil registrou um déficit primário de R$ 55,4 bilhões para 2024, embora, considerando as despesas extraordinárias, o cenário fiscal seja mais favorável do que parecia à primeira vista. A dívida pública e os gastos com a Previdência continuam sendo um nó a ser desatado, enquanto o Brasil ainda precisa lidar com a transição energética e ambiental.
No setor ambiental, os avanços são notáveis: a Amazônia registrou a menor taxa de desmatamento em nove anos, com uma redução significativa também no Pantanal e no Cerrado. Isso demonstra que a agenda ambiental do governo Lula está sendo levada a sério, com foco na preservação e no desenvolvimento sustentável, o que ganha ainda mais importância em um cenário global de crescente pressão por políticas ambientais mais rigorosas.
Um Futuro com Esperança, mas com Cautela
Em um país com tantas desigualdades históricas e com uma trajetória de altos e baixos econômicos, os números apresentados em 2024 oferecem uma luz no fim do túnel. O governo Lula, ao retomar o crescimento da indústria e reduzir as taxas de pobreza e desemprego, parece ter dado os primeiros passos para um Brasil mais próspero e menos desigual.
No entanto, a recuperação ainda é incipiente e depende de reformas estruturais que garantam crescimento sustentável, incluindo a reforma fiscal e a continuidade da desburocratização e digitalização da economia. Além disso, a sustentabilidade do crescimento depende da capacidade do governo de administrar as finanças públicas e fazer frente aos desafios fiscais sem comprometer o progresso social.
Portanto, o Brasil de 2024 é, sem dúvida, um país em recuperação, com uma economia mais robusta, uma indústria mais dinâmica e uma sociedade que sente os efeitos de um desenvolvimento mais inclusivo. O trabalho, contudo, está longe de estar concluído.