Vende-se Dictadores: Preço de Ocasião!
Caros leitores, o mercado global andava meio morno, mas eis que os Estados Unidos decidiram apimentar o leilão internacional dos desafetos políticos. Desta vez, a oferta é irresistível: Nicolás Maduro, presidente da Venezuela, está avaliado em nada menos que US$ 25 milhões. Um precinho camarada para quem souber onde ele toma seu cafezinho bolivariano.
A bomba foi lançada no dia em que Maduro subiu ao palco para celebrar o início de seu terceiro mandato de seis anos, ou como dizem os opositores, “terceiro turno do pega-pra-capar”. No entanto, o brilho da cerimônia foi meio ofuscado, coitado. Nem todos os fogos de artifício conseguiram abafar as vozes da oposição e o sussurro ácido da comunidade internacional, que reagiram como quem assiste a uma novela venezuelana pela milésima vez: “De novo isso?”
Para completar o pacote de promoções, Washington incluiu na prateleira os nomes de Diosdado Cabello, ministro do Interior, por uns módicos US$ 10 milhões, e Vladimir Padrino, ministro da Defesa, disponível por US$ 15 milhões. Não dá para parcelar no cartão, mas aceitam pistas confiáveis.
A ousadia é tamanha que me fez imaginar o anúncio sendo transmitido no rádio:
“Alô, alô, freguesia! Não perca essa liquidação: Leve um ditador e ganhe um general com desconto! Oferta por tempo limitado! Não perca, hein?”
Maduro, que há tempos está nas páginas policiais do Tio Sam, segue como um personagem tragicômico do teatro político mundial. Entre discursos anti-imperialistas e tanques desgastados, ele se mantém em cena. Já Padrino e Cabello parecem estar ali como brinde, tipo aqueles pacotes promocionais de salgadinho que vêm com figurinha premiada.
Enquanto isso, na Venezuela, o povo segue fazendo o que pode: sobrevivendo, às vezes rindo do absurdo e, outras, chorando a falta de gasolina, luz ou pão. Porque enquanto lá fora se disputam recompensas, quem paga o preço da instabilidade são os de sempre.
E a pergunta que não quer calar: com essa dinheirama toda, será que alguém já começou a planejar uma versão de “Quem Quer Ser um Milionário?” estrelando a caça a Maduro? Fica a ideia. O bolívar pode estar desvalorizado, mas a criatividade latino-americana, essa não tem preço.