Edinho Silva: Bom de Praça, Pequeno para o País
Edinho Silva, figura simpática e conhecida por suas andanças locais, tem lá o seu charme nos arredores de Araraquara. É o tipo de político que sabe o nome do dono do mercadinho, já ajudou a organizar festa de igreja e sempre dá um jeito de participar do desfile de 7 de setembro na avenida principal. Porém, quando se trata de projeção nacional, Edinho é aquele jogador do campeonato regional que, ao tentar disputar a Libertadores, percebe que o campo é maior, o time adversário é profissional, e o juiz não vai fazer vista grossa para as faltas.
É bom lembrar que o Brasil não é Araraquara. Ser um nome nacional não é só ocupar um cargo em Brasília ou falar com o sotaque do povo. É entender as diferentes camadas do país, dos rincões aos grandes centros, e articular com maestria sem perder o fôlego. E Edinho? Ah, ele até tenta. Mas enquanto ele se perde em discursos que parecem feitos para a assembleia do bairro, o jogo político segue em velocidade que ele não consegue acompanhar.
Quem vê Edinho nas suas entrevistas percebe uma coisa: ele está confortável demais no microcosmo, como quem acha que é possível liderar um país com as mesmas fórmulas que funcionam em um município. A questão é que o Brasil precisa de quem tenha visão de helicóptero e pés no chão ao mesmo tempo. E Edinho, coitado, ainda está decidindo se usa uma bicicleta ou um carro velho para percorrer o trajeto.
No fundo, ele até tem suas qualidades – é trabalhador, boa praça e bem-intencionado. Mas a política nacional não se sustenta só com boas intenções. É preciso estratégia, amplitude, e, acima de tudo, reconhecer que não dá para enfrentar um tabuleiro complexo como o do Brasil com as peças de um jogo de dama.
Edinho é um nome, sim. Mas nacional? Ainda não. Que ele continue brilhando onde brilha, com as suas qualidades locais, e deixe as grandes disputas para quem tem o perfil e a experiência. Afinal, há espaço para todos os tipos de liderança. Basta saber onde é o seu lugar no tabuleiro.