O Futuro Energético do Brasil
No cenário efervescente do Rio de Janeiro, onde o mar encontra a montanha, uma nova expectativa se ergue: a transição energética. Em um evento recente da MIT Technology Review, especialistas lançaram luz sobre o que muitos já consideram um motor promissor para a nova indústria brasileira: o hidrogênio verde e o combustível sustentável de aviação (SAF). Contudo, a maturidade plena dessas tecnologias não deve ocorrer antes de 2035, o que nos leva a refletir sobre o papel crucial do governo e da iniciativa privada nesse caminho.
As silhuetas dos edifícios industriais, em um céu sombrio, contrastam com a luz que se infiltra entre nuvens carregadas. É uma imagem que simboliza o desafio e a esperança de um país que se posiciona como uma potência em energias renováveis. Segundo a MIT Tech Review, a inovação tecnológica é o grande motor da transição. E, se há algo que o Brasil tem em abundância, é a capacidade de gerar energia limpa, o que nos coloca como protagonistas nesse novo cenário.
O CEO da MIT Technology Review, André Miceli, sublinha que é “hora de investir em tecnologias que moldarão as próximas décadas”. Para isso, o apoio governamental é indispensável. O recente projeto de lei sancionado por Luiz Inácio Lula da Silva, que promete renúncia fiscal de até R$ 18 bilhões, é um passo significativo. A ideia é destravar projetos que estão adormecidos, aguardando a coragem do investimento.
Entretanto, não se trata apenas de injetar dinheiro. É preciso pensar estrategicamente. A captura de carbono, a inteligência artificial, a geração distribuída de energia solar e a computação quântica são tendências que, quando combinadas, podem criar um ecossistema inovador. Por outro lado, algumas tecnologias, como a fusão nuclear, ainda são uma miragem distante, enquanto a energia solar já se dissemina nas telhas brasileiras, fazendo ecoar um futuro mais limpo.
Hudson Mendonça, CEO do Energy Summit, coloca a transição energética como uma “grande oportunidade”. Mas essa chance só se concretizará se as políticas públicas forem robustas e se houver um envolvimento ativo de setores além do energético. É um chamado à ação que se estende a investidores e empresários, que precisam abraçar a mudança como uma responsabilidade coletiva.
O tempo urge. Com a expectativa de que a adoção em larga escala de hidrogênio verde e SAF aconteça até 2035, cada passo conta. Se o Brasil quiser realmente liderar esse movimento, é fundamental que não apenas os ventos soprem a favor, mas que haja uma orquestração harmoniosa entre o governo, as empresas e a sociedade civil.
A fumaça que sobe das chaminés deve ser vista não apenas como um sinal de poluição, mas como um convite à transformação. A luz que se infiltra entre as nuvens é a esperança de um Brasil mais sustentável, que pode se reerguer em meio ao caos, com a inteligência e a determinação necessárias para se tornar viável.