O General Golpista é Preso
Na manhã ensolarada desde sábado, Copacabana acorda com um alvoroço incomum. A Polícia Federal, em uma operação meticulosa, prende Walter de Souza Braga Netto, ex-ministro de Jair Bolsonaro, no coração do Rio de Janeiro. A notícia, primeiramente divulgada pelo Blog da Andréia Sadi, espalha-se como fogo em palha seca, incendiando as manchetes e as conversas de botequim.
Braga Netto, um general da reserva do Exército, com uma carreira que começa em 1975, vê-se agora no epicentro de um inquérito que investiga um suposto golpe. A PF, diligente, vasculha sua residência enquanto ele é entregue ao Comando Militar do Leste, onde permanece sob custódia do Exército. A defesa do ex-ministro, até então, mantém-se em silêncio, talvez aguardando o momento oportuno para se pronunciar.
O general, nascido em Belo Horizonte, sempre é uma figura de destaque. Em 2016, coordena a segurança durante a Olimpíada do Rio e, no mesmo ano, assume o Comando Militar do Leste, liderando 50 mil militares. Sua trajetória no governo Bolsonaro é marcada por cargos de alta relevância, como ministro-chefe da Casa Civil e da Defesa, além de ter sido candidato a vice-presidente na chapa derrotada de 2022.
As acusações que pesam sobre Braga Netto são graves. A Polícia Federal o acusa de estimular ataques e pressões sobre chefes do Exército e da Aeronáutica por não aderirem a ações golpistas. Em novembro, após ser indiciado, ele declara que “nunca se tratou de golpe”. No entanto, as investigações apontam para um plano que inclui até mesmo o assassinato de figuras políticas de destaque, como Lula, Alckmin e Moraes.
A delação de Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, adiciona um novo capítulo a essa história. Cid revela que uma caixa de vinho, entregue aos Kid Preto, continha documentos comprometedores que poderiam incriminar Braga Netto e outros envolvidos. Essa revelação lança uma nova luz sobre as operações clandestinas e as tentativas de ocultar provas.
Enquanto isso, as redes sociais fervilham com manifestações das forças armadas e de seus apoiadores. Generais e oficiais, tanto da ativa quanto da reserva, utilizam plataformas como Twitter e Facebook para expressar suas opiniões e defender seus pontos de vista. Alguns clamam por justiça e transparência, enquanto outros criticam a operação da PF, alegando perseguição política. As hashtags #JustiçaParaBragaNetto e #GolpeNuncaMais ganham tração, refletindo a polarização que domina o cenário político brasileiro².
A prisão de Braga Netto é um capítulo a mais na tumultuada história política recente do Brasil. Um general que, outrora, comandava tropas e coordenava a segurança nacional, agora se vê enredado em um inquérito que pode mudar os rumos da nação. Enquanto a PF continua suas buscas e investigações, o país aguarda, ansioso, pelos próximos desdobramentos dessa trama digna de um romance policial.
E assim, nas areias de Copacabana, onde o sol brilha e as ondas quebram incessantemente, a história de um general e um suposto golpe se desenrola, lembrando-nos que, na política, a verdade muitas vezes é mais estranha que a ficção.