O Gosto da Guerra: Reflexões sobre a Vida de José Hamilton Ribeiro

O barulho do combate ressoava como um eco distante, mas a jornalista avançava, alimentada por uma mistura de vaidade, espírito de aventura e ambição profissional. José Hamilton Ribeiro, em seu livro O Gosto da Guerra, revela: “O que leva um jornalista a uma cobertura de guerra ou a uma situação de perigo, um pouco é vaidade; um pouco é espírito de aventura; um pouco é ambição profissional; e muito, mas muito mesmo, é a sensação, entre romântica e missioneira, de que faz parte de sua vocação estar onde a notícia estiver.”

Cada passo em solo arrasado confirmava essa vocação. Ela não estava apenas buscando adrenalina; estava ali para ser testemunha da história, para denunciar abusos e açoitar injustiças. A realidade brutal da guerra, com suas vidas desmoronadas, acentuava seu papel como porta-voz dos silenciados.

Contudo, ao olhar para os rostos aterrorizados ao seu redor, sentiu o peso da imprudência que também a acompanhava. A ideia de estar em meio ao caos não era apenas uma questão de coragem; era um chamado quase místico. A linha entre heroísmo e tolice era tênue, mas, mesmo assim, ela seguia firme, movida por essa missão que a tornava parte do grande drama da humanidade.

No livro O Gosto da Guerra, Ribeiro nos oferece uma reflexão profunda sobre a vida dos jornalistas em zonas de conflito. Ele narra não apenas suas experiências, mas também as motivações que os impulsionam a enfrentar situações de extremo perigo. Com prosa envolvente, ele expõe a complexidade de ser testemunha dos horrores da guerra, equilibrando a busca pela verdade com os dilemas éticos que surgem nesse caminho.

Assim, em meio ao estrondo e à fumaça, a jornalista se tornava uma luz. E, mesmo sabendo dos riscos, não se arrependia, pois cada relato, cada imagem capturada, era um passo em direção à verdade, uma pequena revolução contra a indiferença. Naquele cenário devastador, ela sabia que, afinal, era ali que pertencia, como tão bem descreve Ribeiro em suas reflexões, que reverberam não apenas em suas páginas, mas na vida de todos que se atrevem a contar a história.

João Guató

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