O Quarto em 2025: Entre o Sabor e o Sagrado
A cidade nunca dorme, mas o desejo, esse sim, vai tirar a soneca. Talvez o ano de 2025 seja o momento em que os corpos, ao invés de se embrenharem no tumulto da urgência, busquem desacelerar, talvez até com a calma de um jantar à luz de velas, ou quem sabe em um tempo dilatado onde o prazer se espreguiça como quem se deita na tarde quente de um domingo.
A promessa que os especialistas em sexo trazem é de um novo manual para aquecer os lençóis. E não estamos falando de um calor comum, mas de um fogo multissensorial, onde cada centelha vai se espalhando por todos os cantos dos sentidos. As lâmpadas, por exemplo, serão reguladas de maneira estratégica, como se o ambiente fosse um artista pintando o quadro da excitação. O vermelho suave, o lilás no limite entre o sonho e a realidade, as velas que chamam à intimidade, sem pressa, como se nada mais fosse urgente além do desejo compartilhado.
A música também entra nessa dança, mas não qualquer melodia. Não, precisa ser uma seleção meticulosa, algo como uma sinfonia para os corpos que não têm pressa. Talvez seja aí que a Geração Z, com sua voracidade por significado, decida desafiar o apressado frenesi das redes sociais e busque algo mais profundo e sutil. O som que os especialistas sugerem não é apenas para embalar, mas para conduzir — e entre um suspiro e outro, a consciência de que os ritmos do corpo e da alma se misturam de maneira quase mística.
E o olfato? Ah, o olfato é uma arte. Se você nunca acreditou que a baunilha poderia ser uma experiência erótica, 2025 é o ano para dar uma chance. Não é mais o perfume que você coloca para sair, mas o aroma que vai te envolver, preencher, te fazer querer mais. Baunilha, jasmim, sândalo — cada uma dessas fragrâncias sussurra uma promessa que os olhos não conseguem ver, mas a pele sente. Aliás, a pele… O corpo, com sua imensa capacidade de registrar, será o grande protagonista do próximo ano. Seda, veludo, e por que não? Restrições. As texturas se tornam palavras, e a linguagem que elas falam é aquela que vai do tato ao estremecer.
O “edging”, essa prática que suspende o prazer até que ele não possa mais ser contido, parece se tornar a metáfora para um tempo em que tudo precisa de mais paciência. A era da instantaneidade já está saturada, e quem não experimenta a demora, o esperar, o suspender, vai perder a chance de ver o prazer florescer como uma flor rara. Mas o sexo, ah, o sexo também pede limites — se a excitação for demais, o próprio corpo pode sucumbir à dessensibilização. Talvez isso seja o segredo: saber esperar.
No entanto, há uma mudança ainda mais radical sendo vislumbrada, uma tendência que fala sobre abstinência, mas não como castigo. Falo da sobriedade, o “sobergasmo”, como chamam os especialistas. O sexo, aqui, se torna uma experiência mais consciente. E, quem sabe, em vez de um bar, o primeiro encontro é uma corrida, uma aula de ioga, ou uma noite de culinária. Não mais para fugir do que é, mas para intensificar aquilo que pode ser. Uma troca mais profunda, sem as distrações da bebida, sem o turbilhão do barulho externo. Só o olhar, a troca de sorrisos, o corpo se aproximando sem pressa, como se o prazer estivesse na descoberta do outro, e não apenas no ponto final da noite.
2025 promete ser um ano em que o prazer se reconecta aos sentidos, ao tempo, e ao espaço do corpo. Talvez, ao invés de buscar um orgasmo rápido, busquemos algo que vá além, algo que nos transforme. E quem sabe o verdadeiro clímax de tudo isso não seja, afinal, um estado de presença. Onde o sexo se reinventa, se eleva, e se torna, mais do que nunca, uma arte.