Roubar Tempo ao Tempo

A semana de seis dias é um relógio impiedoso, batendo nos pulsos, nas veias, no ritmo de quem já corre sem fôlego. De segunda a sábado, é uma queda constante em direção ao domingo, que parece tão vasto visto de longe, mas tão pequeno quando se chega nele. Como pode ser justo correr tanto para repousar tão pouco?

Agora, feche os olhos e imagine uma semana com apenas quatro dias de trabalho. Seria como roubar um tempo ao tempo, como desafiar as engrenagens invisíveis que aceleram os dias. Teríamos o prazer de uma sexta-feira livre para nos reencontrarmos, para respirar em silêncio, olhar pela janela e ver o tempo passar sem pressa.

E se essa pausa extra nos tornasse mais produtivos? É o que os estudos dizem. Não é a quantidade de dias que define o quanto entregamos, mas a qualidade das horas vividas. O corpo descansado e a mente leve dançam uma coreografia natural, sem o peso do cansaço, onde o trabalho não rouba tudo, mas nos devolve uma parte de nós.

Ah, a semana de quatro dias, quem dera. Seríamos todos menos apressados, menos esquecidos de nós mesmos. Com um tempo a mais, talvez deixássemos de ser escravos dos calendários e encontrássemos a paz entre as tarefas, a poesia entre os minutos. Trabalharíamos mais felizes, sabendo que a sexta também nos pertence.

E, quem sabe, nesse encontro com a pausa, descobriríamos que o tempo, afinal, pode ser amigo e não só patrão.

João Guató

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